O uso de sabões e detergentes vem já da Antiguidade. Já no ano 2800 antes de Cristo existem evidências do uso de sabão na Babilónia. Os Egípcios antigos, ano 1500 antes de Cristo, tomavam banho regularmente com sabão. Mas vamos ao que interessa. Vamos pensar, por exemplo, que temos uma peça de roupa suja de gordura. Todos sabemos que a lavagem só com água não vai remover esta nódoa isto porque a gordura repele a água da mesma forma que azeite e água não se misturam. Contudo, se adicionarem um pouco de detergente a lavagem vai ser possível pois o composto químico que está no detergente tem duas partes distintas: uma parte que gosta da água (hidrófila) e outra parte que gosta da gordura (hidrófoba). Esta última parte liga-se à gordura e a parte hidrófila é arrastada na água de lavagem conseguindo assim arrancar a nódoa da roupa. A gordura quando sai da roupa é rapidamente envolva em detergente ficando no interior de uma bola, chamada micela, que é amiga da água e portanto vai para o cano com a água de lavagem. Em casa podem fazer uma pequena experiência que ilustra bem este princípio químico: num pequeno copo coloquem água e azeite e agitem; o que acontece? Passado pouco tempo a água e o azeite separam-se. Em outro copo coloquem água, azeite e um pouco de detergente e agitem; o que acontece? a água e o azeite misturam-se pois formam micelas e demoram muito mais tempo a separar-se.
A composição química dos detergentes pode ser muito variada mas na generalidade é composta pelo composto químico que funciona como detergente, o surfactante, por aditivos especiais que ajudam na lavagem, como por exemplo enzimas e zeólitos, por um composto aglomerante e por perfume. O surfactante pode ter muitas formas e feitios consoante a aplicação do detergente sendo que terá sempre uma parte amiga da água e outra parte amiga da composição da nódoa, por exemplo se for para remover nódoas de sangue terá que ter uma parte “amiga do sangue”.
Na acção dos detergentes é muito importante a temperatura pois as micelas só se formam a determinada temperatura. Por isso é que existem detergentes que lavam bem a baixa temperatura e outros nem tanto…Outra acção importante é a agitação pois vai ajudar o detergente a arrancar a nódoa.
A quantidade de detergente a utilizar depende da dureza da água da sua região e do nível de sujidade da sua roupa. Seguindo as instruções da embalagem, poderá ter a certeza de que obtém os melhores resultados ao mesmo tempo que ajuda o ambiente.
Por
João Nabais*
* Prof. Dep. Química da ECTUE e Centro de Química de Évora (CQE)
Publicado no Jornal "Diário do Sul" em 15/3/2007
Disponível no Jornal On-Line da Universidade de Évora (UELine)
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