A química vista por... Inês Rodrigues*



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Os primeiros anos de estudo de um curso de Biologia são compostos pelas ciências elementares à vida, entre as quais se encontra a Química, e dentro desta a Química Orgânica, Inorgânica e a Bioquímica. Por isto, todos os biólogos sabem que sem Química não existe vida. É nas reacções que ocorrem entre as espécies químicas que se encontra a chave do funcionamento do mundo como o conhecemos.
Mas a Química tem uma particularidade fundamental: pode ser repetida pelos seres humanos, e amplamente manipulada para criar novas substâncias, que naturalmente nunca chegariam a existir.
Esta característica permite um desenvolvimento sem limites, aparte dos ditados pela ética.
Digamos que, sem a Química a população humana não teria chegado às proporções actuais - ela acompanha e responde eficazmente ao aumento do ritmo do crescimento populacional: cria antibióticos e vacinas para aumentar a esperança média de vida e diminuir a mortalidade; desenvolve fertilizantes e adubos para aumentar o alimento disponível; descobre pesticidas, herbicidas e fungicidas para combater as pragas que se tentam alimentar desta produção destinada aos humanos; melhora as condições de higiene pela criação de detergentes; cria aditivos alimentares para prolongar, modificar ou melhorar o sabor dos alimentos que ingerimos; torna possível o aparecimento de veículos motorizados, telemóveis, televisões LCD, etc. Não podemos negar as vantagens que traz, em termos de sobrevivência e nível da qualidade de vida, mas quando analisamos o mundo como está hoje, pergunto-me se sabemos discernir o limite entre desenvolvimento sustentável e não sustentável. Nesta perspectiva, a aposta da Química deveria estar mais centrada em criar soluções mais ecológicas e principalmente eficazes na redução do impacto ambiental criado pelo ser humano e pelas suas actividades.

Gostaria agora de aprofundar o tema da Química ligada à saúde. É inequívoco que, a ciência da Química descobriu a cura para muitas doenças mortais que dizimavam grande parte da população humana, aumentando assim o nível de qualidade e a esperança média da vida humana. A descoberta dos antibióticos e o início da vacinação teve um papel importante no tratamento dessas doenças, mas cada vez mais se assiste a uma relutância no uso destes medicamentos. As razões que levam as pessoas a desconfiarem da sua eficácia são: 

1. Antibióticos
Os antibióticos são eficazes no tratamento de infecções bacterianas como a pneumonia, tuberculose ou meningite (embora esta eficácia seja posta em causa, ora vejam a notícia http://time.com/82528/antibiotic-resistant-bacteria-are-now-in-every-part-of-the-world/); o problema está na prescrição de antibióticos para tratamento de vírus, contra os quais não surtem efeito. Ao combaterem as bactérias causadoras da doença, os antibióticos combatem também as bactérias naturalmente presentes no tracto digestivo, que são benéficas e necessárias ao organismo, tornando mais fácil o desenvolvimento de outros problemas.

2. Vacinas
Assim como os antibióticos, as vacinas constituem um grando avanço da medicina pelo controlo que exercem sobre as doenças infecciosas. No entanto, as pessoas têm começado a duvidar do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que oferece o mesmo plano para todos os cidadãos, sem olhar a diferenças que possam existir nos diferentes organismos. Além disso, as vacinas substituem os processos naturais de imunização do organismo, levando ao que se pode chamar de “imunidade artificial”, que não imita naturalmente a defesa imunitária que o sistema iria produzir contra determinada infecção.

Outra das preocupações prende-se com o facto dos diferentes tipos de componentes presentes nas vacinas serem potencialmente perigosos, entre eles, gel de alumínio, antibióticos, proteína de ovo, formaldeído, etc.
As razões que estão por detrás da manipulação da Química pela mão humana ditam se o seu potencial é benéfico ou não, e em questões de saúde, torna-se perigoso o manuseamento desta ciência se for feito pelas razões erradas, como por exemplo, por questões económicas.

Referências
. Mendes, P. (2011) “Química entre Nós”, Diário do Sul. Ano 41 nº11400
.Corrêa, C. (2011) “Química nas nossa vidas”, Ciência Hoje, Jornal da Ciência, Tecnologia e Empreendedorismo
.http://internalbalance.com/secret-health-risks.pdf 


*Estudante da pós-graduação em Educação, Ambiente e Sustentabilidade | e-Learning | Universidade de Évora


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