http://www.qsustentavel.com/2012/08/quimica-verde-desenvolvimento-de.html |
Química e a Sustentabilidade
A química está geralmente plasmada nos problemas
oriundos das actividades industriais, bem como, associada a compostos
sintéticos nefastos para a saúde humana. Para tal reputação contribuíram, ao
longo da história, episódios como a destruição atómica em Hiroshima e Nagasaki,
a tragédia nuclear da explosão de um reactor na central de Chernobyl (1986) ou
o Acidente de Bhopal (1984), Índia, em que ocorreu a libertação de gases
tóxicos para atmosfera na fábrica Union Carbide, considerado o pior acidente
químico da história. O próprio uso de termos que têm associados uma grande
carga negativa, como por exemplo "quimioterapia", contribuiu para a
"conotação negativa da química". No entanto, importa ter presente que
a química faz parte de nós, está em todo o lado e vai para além desta visão
reducionista "que tudo o que é químico é mau".
Recuando no tempo, olhando para a demografia, rapidamente constatamos que antes da Revolução Industrial (meados do século XVIII), a população crescia exponencialmente, mas a taxa era baixa e irregular, que se caracterizada por taxas elevadas de natalidade e mortalidade; mas a partir de meados do século XVIII, verificou-se o crescimento da população de forma acelerada, chegando à marca dos 7 biliões em 2011. Pode afirmar-se que a química contribuiu grandemente para este crescimento populacional, pela introdução de "inovações" que diminuíram a taxa de mortalidade e elevaram a esperança de vida.
Recuando no tempo, olhando para a demografia, rapidamente constatamos que antes da Revolução Industrial (meados do século XVIII), a população crescia exponencialmente, mas a taxa era baixa e irregular, que se caracterizada por taxas elevadas de natalidade e mortalidade; mas a partir de meados do século XVIII, verificou-se o crescimento da população de forma acelerada, chegando à marca dos 7 biliões em 2011. Pode afirmar-se que a química contribuiu grandemente para este crescimento populacional, pela introdução de "inovações" que diminuíram a taxa de mortalidade e elevaram a esperança de vida.
- a descoberta de uma vacina contra a varíola
(1978) - a primeira de uma série de vacinas e antibióticos, aumentaram a
expectativa de vida nos países que se industrializavam, de 35 para os 77 anos;
- a introdução de novas culturas, milho e batata
(final século XVIII), assim como a descoberta dos fertilizantes químicos, baniu
a fome da Europa;
- depois da Segunda Guerra Mundial, os países em
desenvolvimento receberam cuidados preventivos como a vacina contra a varíola e
o DDT , por iniciativa de instituições como a OMS e a Unicef.
Todas estas alterações levaram a que milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, que não teriam passado da infância, sobrevivessem e pudessem ter filhos. Este é o motivo pelo qual houve um surto demográfico em todo o planeta: porque se evitou a morte de uma enorme quantidade de pessoas.
Mas este grande sucesso da humanidade em reduzir a mortalidade mundial (quer a infantil, quer aumentando a esperança média de vida), especialmente por mérito da química, tem o reverso da moeda.
O crescimento populacional é um dos principais factores de pressão (humana) sobre o ambiente. Estima-se que em 2050 a população mundial atinja os 8 mil milhões e em 2100 os 10 mil milhões (sendo a Ásia e África os principais responsáveis por este crescimento).
Aliado ao crescimento da população, ao consumo excessivo, às alterações das condições climatéricas, à degradação ambiental e às novas desigualdades sociais, o facto de vivermos num planeta limitado em termos de recursos e espaço, agrava estes problemas, pondo em causa a sustentabilidade. No entanto, temos a obrigação de garantir que as necessidades do presente são satisfeitas "sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.
Encontramo-nos portanto num momento crítico, em que os compromissos assumidos no presente reflectir-se-ão no futuro. E tal como referiu Gil-Pérez, D. et al (2008), vivemos numa época geológica determinada pelo ser humano, o Antropoceno, e que é preciso moldá-la de forma responsável e sustentável. Mas devemos ter consciência que "não se trata, pois, de resgatar o perdido, de recuar, mas sim de prosseguir, de superar os persistentes obstáculos.” (Mayor Zaragoza, 2000)
Face a estas questões e sem uma solução milagrosa à vista, é essencial a sociedade actual direccionar-se para o desenvolvimento sustentável, assumindo a química um papel de destaque na busca de soluções. Alguns passos importantes já foram dados neste sentido, por exemplo, a nível energético. A aposta na eficiência energética e nas energias alternativas às fósseis ("mais limpas"), são um exemplo.
E como a química é feita por pessoas, é fundamental que se desenvolva a consciência ambiental, para que se "direccione para a química verde".
Todas estas alterações levaram a que milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, que não teriam passado da infância, sobrevivessem e pudessem ter filhos. Este é o motivo pelo qual houve um surto demográfico em todo o planeta: porque se evitou a morte de uma enorme quantidade de pessoas.
Mas este grande sucesso da humanidade em reduzir a mortalidade mundial (quer a infantil, quer aumentando a esperança média de vida), especialmente por mérito da química, tem o reverso da moeda.
O crescimento populacional é um dos principais factores de pressão (humana) sobre o ambiente. Estima-se que em 2050 a população mundial atinja os 8 mil milhões e em 2100 os 10 mil milhões (sendo a Ásia e África os principais responsáveis por este crescimento).
Aliado ao crescimento da população, ao consumo excessivo, às alterações das condições climatéricas, à degradação ambiental e às novas desigualdades sociais, o facto de vivermos num planeta limitado em termos de recursos e espaço, agrava estes problemas, pondo em causa a sustentabilidade. No entanto, temos a obrigação de garantir que as necessidades do presente são satisfeitas "sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.
Encontramo-nos portanto num momento crítico, em que os compromissos assumidos no presente reflectir-se-ão no futuro. E tal como referiu Gil-Pérez, D. et al (2008), vivemos numa época geológica determinada pelo ser humano, o Antropoceno, e que é preciso moldá-la de forma responsável e sustentável. Mas devemos ter consciência que "não se trata, pois, de resgatar o perdido, de recuar, mas sim de prosseguir, de superar os persistentes obstáculos.” (Mayor Zaragoza, 2000)
Face a estas questões e sem uma solução milagrosa à vista, é essencial a sociedade actual direccionar-se para o desenvolvimento sustentável, assumindo a química um papel de destaque na busca de soluções. Alguns passos importantes já foram dados neste sentido, por exemplo, a nível energético. A aposta na eficiência energética e nas energias alternativas às fósseis ("mais limpas"), são um exemplo.
E como a química é feita por pessoas, é fundamental que se desenvolva a consciência ambiental, para que se "direccione para a química verde".
1 Sigla de diclorodifeniltricloroetano, foi o primeiro pesticida moderno,
tendo sido largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos
mosquitos vectores da malária e do tifo.
2 Relatório da Comissão Mundial do Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, 1987 –Relatório Brundtland
Referências
Bibliográficas:
Corrêa,
C. (2011) “Química nas nossa vidas”, Ciência Hoje, Jornal da Ciência,
Tecnologia e Empreendedorismo
Mendes, P. (2011) “Química entre Nós”,
Diário do Sul. Ano 41 nº11400
VILCHES,
A., PRAIA, J. y GIL- PÉREZ, D. (2008). "O Antropoceno: Entre o risco e a
oportunidade", Educação. Temas e
Problemas, 5, Año 3, 41-66.
http://www.wwf.pt/o_que_fazemos/por_um_planeta_vivo/o_relatorio_planeta_vivo/pegada_ecologica_humana/, consultado em 26-03-2014
“Relatório
Planeta Vivo 2012”, consultado em 04-04-2014, em http://awsassets.panda.org/downloads/1_lpr_2012_online_full_size_single_pages_final_120516.pdf, consultado em 04-04-2014
http://www.aquimicadascoisas.org/sobre/a-quimica-das-coisas,
consultado em 30-04-2014
http://www.clubedaquimica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=116:a-historia-do-ddt&catid=35:historias-da-quimica&Itemid=48,
consultado em 04-05-2014
*Técnica Superior e estudante
da pós-graduação em Educação, Ambiente e Sustentabilidade | e-Learning | Universidade
de Évora
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