A Química vista por... Ephanie Sacramento*



Berenice Abbott- Light through Prism, Cambridge, Massachusetts, 1958-61


A Arte como veículo para entender a química e reconhecer todas as suas vantagens


De forma a não cometer o erro de criar juízos de valores que possam originar susceptibilidades acerca das vantagens e desvantagens da química, optarei por dar uma leitura bastante singular sobre essa disciplina sem fazer uso de vocabulários específicos, voluntariamente.
É vasta a óptica com que pode ser aplicada, vista e apreciada, mas uma coisa é certa, a química é Tudo. Tanto seja num nível de entendimento profissional ou céptico, é uma ciência exacta, não porque nunca erra mas porque expõe a realidade tal como é, e é desse método de observação do que nos rodeia que devemos acreditar e investir.  Mais que uma ciência, a química é uma forma de entender das a qualquer reacção que aconteça, metendo “Luz” ao incógnito, permitindo também, reconhecer o que é falso de autêntico.
A arte é vista como “uma ponte entre Culturas” (1), isso porque a arte tem a propriedade característica de anunciar o que de mais sensível e silencioso está a acontecer ou por acontecer, funcionando literalmente como avantgarde, e portanto protege acompanhando as comunidades. Quem mais consome “arte” mas informado estará! Mas a arte em si, sem Ciência e sobretudo sem Química nunca poderá fazer sentido, e provavelmente nem existir. Artistas, fazem uso da química porque operam e só esse operar implica um substrato, e.g, os pigmentos, dominar o comportamento dos materiais, e gostaria de dar uma atenção especial aos Minimalistas que quando não excessivamente conceptuais, dedicam a sua pesquisa recorrentemente à Matéria. Ajudam-nos a olhar para os componentes da nossa quotidianidade com discernimento e atenção. Pois além de operarem com a química por excelência, é muito frequente que as instalações sejam compostas por elementos que nos levem directamente ao efeito da “Química” uso comum de feixes de luzes como os Néons, aplicações várias da bioquímica, até mesmo efeitos de combustão ao vivo etc.


A arte ainda tem um outro papel essencial dentro da função de aproximação dos indivíduos à Vida através da Química. Actualmente, tudo é banal, tudo já foi visto, tudo foi experimentado. Quem nunca assistiu uma performance “artística” que nada difere de uma aula de técnicas laboratoriais de química, a não ser pelo facto que aconteça numa galeria em vez de um convencional laboratório de experiências! A reacção química vem amplificada, através de suportes artísticos criando o resultado de “realidade aumentada”. Ai a Arte não diz efectivamente nada de novo, nem funciona como ponte entre culturas mas poderá ser um agente de comunicação entre a Realidade – Química, e as pessoas - Público.  Educa os cívicos a olhar de forma mais atenta e sábia ao que é e ao que somos. De forma simples mas com o máximo de precisão. A arte sem química não poderia acontecer, e duvido da qualidade dos conteúdos encenados na ausência dela. A arte é ciência e o vice-versa é proporcionalmente válido. A performance não é só um momento de representação, na origem diz respeito ao acto de “performar” pessoas, prepará-las e educá-las.
Paralelamente a essa abordagem, deve-se posicionar a urgência deste nosso momento social em aproximar os indivíduos com o serem capazes de “ler” a química, para dessa forma terem autonomia em reconhecer o falso Verde semeado no contemporâneo discurso sobre a Sustentabilidade. Tal como estarem bem conscientes do que é a Biosfera, o que acontece nela, tomar consciência também do binómio Causa-Efeito. A arte pode ser uma via de iniciação mas ao longo revelar-se-á carente perante a complexidade objectiva. Química é no dia-a-dia, ir ao supermercado e saber ler a diferença entre xarope de glucose e frutose, qual o bom, o menos mal, o pior e o melhor para o meu organismo enquanto metabolismo vivo e reactivo. Mas também, é ir ao mercado da praça ou ao Biológico, e reconhecer o verdadeiro do fictício, bem como deduzir que a variedade de escolha comportará benefício acrescido, ao contrário de optar só por 2 ou 3 alimentos que miticamente ou politicamente foram denominados como DOC ou alimentos de excelência.


Referências:

(1) Chemistry and life, The UNESCO Courier, January-March 2011 p 51.


http://en.wikipedia.org/wiki/Minimalism


*Estudante em Gestão Cultural e da pós-graduação em Educação, Ambiente e Sustentabilidade | e-Learning | Universidade de Évora

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