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A Química, para além de fazer parte da vida
uma vez que toda a matéria é constituída por elementos químicos, enquanto
ciência, tem sido fundamental na melhoria da qualidade de vida humana, em áreas
que vão desde o dia-a-dia (higiene, alimentação, etc.) até à Saúde, Tecnologia,
Transportes, ou mesmo o Ambiente.
Claro que, como em tudo, a Química tem o
reverso da medalha. Se por um lado traduz inúmeras vantagens para a humanidade,
por outro é responsável por efeitos tão nefastos como a poluição (resíduos
tóxicos ou poluição atmosférica relacionada com a produção de energia, tudo o
que envolve síntese de matérias para obtenção de produtos sintéticos, etc). Se
bem que, mesmo neste ponto, a investigação química possa ser uma mais-valia,
por exemplo, através das investigações conduzidas no sentido de minorar o
aquecimento global, com o estudo sobre novas fontes de energia, de captura de
CO2 ou de absorção de alguma da radiação solar que incide sobre a
Terra (The UNESCO Courier, Jan-Mar 2011).
Por outro lado, o esforço feito ao nível da
educação, tentando que a química chegue a todos e que todos a conheçam enquanto
ciência que está na base da nossa vida, da nossa forma de viver, revela a
tendência para se fazer da química a ciência da sustentabilidade. Uma ciência
de utilidade diária, com benefícios para a sociedade, para as populações e para
o planeta; uma ciência cujos processos são da população e com base no qual se
pode tomar decisões, individuais ou colectivas, com plena consciência do
impacto que estes processos têm no meio que nos envolve. Este foi também um dos
grandes objectivos do Ano Internacional da Química: que esta seja uma ciência
de todos, útil para todos, uma ciência que, fazendo parte da base educacional
das populações, nos ajudará, enquanto sociedade, a dirigirmo-nos para um futuro
mais sustentável.
Se houve uma altura em que as desvantagens da química
industrial, dos processos associados à indústria e à produção de energia eram a
imagem generalizada da Química, essa época está a chegar ao fim com o
desenvolvimento de uma “Química Verde”, difundida por todo o mundo (não só nos
países desenvolvidos mas também nos países emergentes e em desenvolvimento),
cujo percurso se faz no sentido de um desenvolvimento sustentável, com
benefícios ambientais, económicos e sociais, representando um enorme potencial
no futuro da humanidade. Claro que este será um processo complexo, nunca
simples nem rápido pois envolve muitas mudanças, relacionadas com o número de
processos e produtos existentes e com um caminho já percorrido e conhecido, mas,
como em todas as áreas da actividade humana, existe uma consciência
generalizada da necessidade da mudança e já se assistem aos primeiros passos
dessa mudança.
*aluna
da pós-graduação em Educação, Ambiente e Sustentabilidade | e-Learning | Universidade
de Évora
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