Química - Vantagens e
Desvantagens
Obviamente a química tem vantagens, e por conseguinte desvantagens.
A química
tem sido na maioria das vezes associada a algo nefasto, como por exemplo, alimentos repletos de químicos
prejudiciais à saúde, pesticidas que danificam os recursos hídricos
superficiais e subterrâneos, às composições que dão origem a determinadas
explosões, etc. No entanto, na minha opinião, quem aponta o dedo, esquece-se
que é essa química que nos tem dado desde à muitas centenas de anos o que nós
temos hoje, sem a química nada tinha evoluído. Obviamente a química tem
vantagens, e por conseguinte desvantagens.
A
química faz parte da solução e não do problema, e contribuir para aumentar a
consciência e literacia do público no que concerne ao papel da química e dos
químicos na nossa sociedade no passado, presente e futuro. A distinção entre
“natural”, “artificial” e “sintético” é relativamente simples, mas na prática
revela-se mais complexa. Coisas que são vistas como “naturais” podem ser “artificiais”
e coisas “naturais” podem ser vistas como “artificiais”. De referir que algumas das desvantagens apontadas à
química, são derivadas da pouca educação ambiental existente. De facto sem a
química não tínhamos praticamente nada do que temos hoje, pelo que a atitude e
a opinião sobre a química deve ser racional relativamente à química.
A química é uma ciência fundamental para
o desenvolvimento da nossa sociedade e também para atingirmos um caminho cada
vez mais sustentável, e por conseguinte para uma melhor qualidade de vida (para
os padrões que hoje consideramos), estando presente em tudo aquilo que nos
rodeia.
Trata-se da ciência que estuda a estrutura e
composição dos diferentes materiais que compõem o Universo, bem como as suas
transformações e fenómenos que nelas ocorrem. Permite compreender e explicar as
alterações que ocorrem tanto no nosso corpo como à nossa volta. Todos os seres
são constituídos por compostos químicos, que permanentemente sofrem alterações
químicas.
Relativamente aos fitofármacos ou pesticidas (produto químico utilizado no controlo
de pragas ou como regulador do crescimento), estes tem vantagens, pois aumentam a produtividade agrícola e
combatem a expansão de certas doenças como a malária e o paludismo. No entanto apresentam desvantagens como, o
desenvolvimento de variedades resistentes por um mecanismo de selecção natural
dirigida, efeitos noutros organismos, nomeadamente nos predadores naturais das
pragas, introduzindo desequilíbrios nos ecossistemas, ameaça à saúde humana de
forma direta, por envenenamento e, de forma indireta, ao longo das cadeias
alimentares, através da bioacumulação e bioampliação destes.
Dando um outro exemplo, a energia nuclear, esta é uma das
alternativas energéticas mais debatidas no mundo: comenta-se, entre outros
tópicos, se valerá a pena implementar centrais de produção nuclear ou se
devemos apostar noutro tipo de energias que sejam renováveis. Esta energia
também apresenta algumas vantagens,
como por exemplo, não contribui para o efeito de estufa (principal), não polui
o ar com gases de enxofre, azoto, partículas, não utiliza grandes áreas de
terreno: a central requer pequenos espaços para sua instalação, pouco ou quase
nenhum impacto sobre a biosfera, a quantidade de resíduos radioativos gerados é
extremamente pequena e compacta, entre outras. No entanto apresentam também desvantagens, como, a necessidade de
armazenar os resíduos nucleares em locais isolados e protegidos, a necessidade
de isolar a central após o seu encerramento, as dificuldades no armazenamento
dos resíduos, principalmente em questões de localização e segurança, grande
risco de acidente na central nuclear.
De salientar uma descoberta muito
importante e que pode vir a revolucionar a industria do vinho (método que
permite fazer vinho branco sem adição de sulfitos (anidrido sulfuroso), químico
que muitas vezes provoca reações alérgicas aos consumidores).Trata-se de um
método inovador e único a nível mundial desenvolvido por investigadores da
Universidade de Aveiro.
De
facto a consulta dos sites e publicações das grandes companhias de base química
revela uma preocupação com a sustentabilidade e sociedade muito para além do
que seria expectável se o fizessem apenas por razões comerciais ou hipócritas.
Estas empresas, perspetivando o futuro, esforçam-se por criar uma cultura de
sustentabilidade ambiental e social.
Atualmente
um exemplo concreto é o compromisso da indústria química com a diminuição
drástica das emissões de gases que contribuem para o aumento do efeito de estufa
(CEFIC, 2016). Em todo o mundo, milhares de químicos procuram todos os dias
soluções para resolver os problemas ambientais, energéticos e de
sustentabilidade. A referência ao glifosato é paradigmática e tem conduzido a
vários outros mal-entendidos.
Os
preconceitos, mal-entendidos e mitos sobre a química poderão um dia contribuir
para que esta espécie de heróis anónimos que trabalha de forma discreta nos
laboratórios se extinga, com consequências desastrosas para a sustentabilidade
do planeta.
Em
Portugal, a situação tem vindo a melhorar, mas continua crítica. A ciência
enfrenta também os riscos da irracionalidade. Esperamos que a sociedade actual
possa continuar a garantir que a ciência se mantenha ao serviço da liberdade,
busca da verdade, sustentabilidade e felicidade coletiva.
Um
exemplo mais complexo é da sustentabilidade do planeta com o aumento da
população. A química tem actualmente, e terá ainda mais no futuro, um papel
importante no que é denominado como Economia Circular, usando métodos de produção
sustentáveis e sem desperdícios. Obviamente, tem também um papel importante na
Economia Verde (relacionada com a anterior) e na Economia Azul (que envolve o
mar).
Helena Barbosa
Estudante
da pós-graduação em Ambiente, Sustentabilidade e Educação | e-learning |
Universidade de Évora
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