A Química vista por... David Nunes*


Entende-se por Química a ciência que estuda a composição, estrutura, propriedades da matéria, as mudanças sofridas por ela durante reações químicas e a sua relação com a energia. A química pode ser então agrupada como base em cinco vertentes da seguinte forma: a Química Inorgânica (que estuda a matéria inorgânica), a Química Orgânica (que estuda os compostos de carbono), a Bioquímica (que estuda a composição e reações químicas de substâncias presentes em organismos biológicos), a Físico-Química (que compreende os aspetos energéticos dos sistemas químicos em escalas macroscópicas, molecular e atômica) e a Química Analítica (que analisa materiais e ajuda a compreender a sua composição, estrutura e quantidade).
Neste sentido, esta é uma ciência fundamental para o desenvolvimento da nossa sociedade e também para atingirmos um caminho cada vez mais sustentável, e por seu turno para uma melhor qualidade de vida, estando intimamente presente em tudo o que está em nosso redor. Assim, permite perceber e explicar as transformações e interrogações que ocorrem tanto no nosso corpo como à nossa volta, já que todos os seres são constituídos por compostos químicos, que continuamente estão sujeitos a alterações químicas. É, então, a Química que nos proporcionam um conhecimento inigualável para satisfazer as necessidades nomeadamente na saúde, ambiente, agricultura, alimentação, novos materiais, entre outras.


Porém, a “química” ainda é habitualmente conhecida como sinónimo de poluente, algo tóxico e nefasto. Apesar do grande progresso da sociedade estar fortemente ligado à química, é usual referir mais a sua parte negativa resultante duma incorreta utilização da química, propagando-se a ideia de que o que é natural é que é bom e o que é sintético e/ou químico é prejudicial. De modo considero que se torna primordial esclarecer a noção de que apenas tudo o que é natural é bom, o que acontece é que frequentemente a utilização dada à Química e a carências de boas práticas compromete o seu lado positivo. Como consequência, está implícita a ignorância cultural que rodeia a química, contribuindo para a sua imagem negativa.
Atualmente é importante que os cidadãos se consciencializem do valioso papel que a química representa na sociedade, uma vez que contribui para aumentar a esperança média de vida da população mundial através do fabrico de novos fármacos. É igualmente uma ciência fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico e é bastante utilizada pelas práticas forenses em investigações criminais. Além disso, apresenta cada vez mais benefícios para o ambiente ao tentar encontrar soluções para o modelo entre a necessidade dos recursos naturais e a sua preservação. Nomeadamente, assiste-se à criação de produtos biodegradáveis, a reciclagem, combustão e ETARs. Contudo, algumas das desvantagens apontadas à química resultam da fraca educação ambiental existente, pois sem a química não existiria nada do que se desenvolveu até aos dias de hoje. Mas, ligar a população à química é algo que requer formação e educação, pois é importante que a população saiba reconhecê-la e tirar o melhor proveito e evitar procedimentos impróprios e prejudiciais. Desta forma, o estudo da química deverá ser começado logo desde de cedo nas escola de modo a formar e sensibilizar os alunos para práticas futuras e, quem sabe, estimular o interesse em alguns dos alunos para futuramente seguir esta área.
A título de curiosidade, o primeiro laboratório para ensino de química em Portugal foi o Laboratório Chimico instalado na Universidade de Coimbra. Edificado em 1772 a mando do Marquês de Pombal e atualmente abriga o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. E o primeiro Prémio Nobel da Química foi ganho por uma mulher, Madame Marie Curie no ano de 1911.
Em suma, a química irá possuir cada vez mais um enorme contributo para o futuro da nossa sociedade. As suas medidas passarão por promover as tecnologias sustentáveis e as energias renováveis fundamentais para preservar e criar condições de vida para as gerações vindouras.



*Licenciado em História e Arqueologia pela Universidade de Évora e Estudante da pós-graduação em Ambiente, Sustentabilidade e Educação | e-learning | Universidade de Évora


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