Ciência no Feminino



 
À Ciência no Feminino bem podem aplicar-se as palavras de António Machado: “Caminante, no hay camino, se hace camino al andar”. A Ciência e a Tecnologia foram, desde tempos imemoriais, campos de saber governados por homens. A mulher, delicada e sensível, foi remetida para as áreas onde poderia mais facilmente desenvolver as suas capacidades naturais, como a educação e as artes. Porém, neste contexto masculino, muitas mulheres usando a sua criatividade e inteligência, desenvolveram ideias, criaram produtos e deram resposta às questões suscitadas pelo mundo que as rodeava, conquistando o respeito dos seus pares masculinos. No decurso da História, muitas destas mulheres admiráveis foram esquecidas enquanto de outras chegou até nós algum registo.

Crónica de uma vitória anunciada


No início dos anos oitenta do século passado, o Mundo despertou para uma das mais sérias ameaças ambientais do planeta: o fenómeno que ficou conhecido por “buraco do ozono”. De uma forma aparentemente repentina, os teores de ozono na estratosfera caíram para níveis perigosamente baixos, alarmando a comunidade científica da altura. Este era no entanto um fenómeno cíclico, maioritariamente sazonal e localizado: era observável todos os anos, no pólo sul, no princípio da Primavera naquelas latitudes, o que correspondia ao início do Outono no Hemisfério Norte.
A estratosfera é uma das cincos camadas em que é comum dividir a atmosfera, situando-se por cima da troposfera (a mais baixa) e por baixo da mesosfera e estendendo-se aproximadamente entre os 10 e os 50 km acima da superfície terrestre. Ao contrário do que sucede na troposfera, na estratosfera, a temperatura sobe com a altitude. É na estratosfera que a concentração de ozono é maior, sobretudo entre os 15 e os 35 km de altitude.