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Os primeiros anos de estudo de um curso de Biologia
são compostos pelas ciências elementares à vida, entre as quais se encontra a
Química, e dentro desta a Química Orgânica, Inorgânica e a Bioquímica. Por
isto, todos os biólogos sabem que sem Química não existe vida. É nas reacções
que ocorrem entre as espécies químicas que se encontra a chave do funcionamento
do mundo como o conhecemos.
Mas a Química tem uma particularidade fundamental:
pode ser repetida pelos seres humanos, e amplamente manipulada para criar novas
substâncias, que naturalmente nunca chegariam a existir.
Esta característica permite um desenvolvimento sem
limites, aparte dos ditados pela ética.
Digamos que, sem a Química a população humana não
teria chegado às proporções actuais - ela acompanha e responde eficazmente ao
aumento do ritmo do crescimento populacional: cria antibióticos e vacinas para
aumentar a esperança média de vida e diminuir a mortalidade; desenvolve
fertilizantes e adubos para aumentar o alimento disponível; descobre
pesticidas, herbicidas e fungicidas para combater as pragas que se tentam
alimentar desta produção destinada aos humanos; melhora as condições de higiene
pela criação de detergentes; cria aditivos alimentares para prolongar,
modificar ou melhorar o sabor dos alimentos que ingerimos; torna possível o
aparecimento de veículos motorizados, telemóveis, televisões LCD, etc. Não
podemos negar as vantagens que traz, em termos de sobrevivência e nível da
qualidade de vida, mas quando analisamos o mundo como está hoje, pergunto-me se
sabemos discernir o limite entre desenvolvimento sustentável e não sustentável.
Nesta perspectiva, a aposta da Química deveria estar mais centrada em criar
soluções mais ecológicas e principalmente eficazes na redução do impacto
ambiental criado pelo ser humano e pelas suas actividades.